Desde o dia seguinte aos discursos do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília e São Paulo, realizados no feriado de Comemoração do Dia da Independência do Brasil, a greve dos caminhoneiros foi manifestada em bloqueios parciais em vários pontos de rodovias em diferentes estados brasileiros.
Assim como nos atos promovidos no referido, os motoristas se manifestam a favor do governo do atual presidente e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Vale lembrar que, a última grande greve da categoria foi em 2018, quando houve parada generalizada dos condutores. Na ocasião, a pauta da manifestação reclamava do preço do diesel e pediam tabelamento do frete.
Além do mais, a greve da categoria em 2018 impulsionou o índice de preços para fora da média dos meses anteriores e derrubou em mais de 10% a produção industrial.
Saiba mais sobre quais são as razões que motivam a atual greve dos caminhoneiros em 2021.
Que dia começou a greve dos caminhoneiros?
A greve dos caminhoneiros deste ano se insuflou com as manifestações que ocorreram no 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil.
Na referida data, o presidente Jair Bolsonaro convocou um evento na Esplanada dos Ministérios, no qual ele fez um discurso em que defendeu o voto impresso e criticou o Supremo Tribunal Federal (STF).
Logo, as paralisações tiveram início no dia seguinte, na quarta-feira (8).
Por que os caminhoneiros estão fazendo greve?
De acordo com as pautas defendidas pelo movimento, a greve dos caminhoneiros está vinculada politicamente ao atual governo, do qual a categoria faz parte da base de apoio e ao agronegócio.
Além disso, dentre algumas das reivindicações, estão:
- a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) que incide em combustíveis como a gasolina;
- a diminuição do preço dos derivados do petróleo;
- a melhoria de condições na malha rodoviária brasileira;
- a atualização dos valores do frete;
- destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF);
- o apoio incondicional ao Presidente da República Federativa do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido).
Quem é a liderança do movimento da greve dos caminhoneiros de 2021?
Antes de mais nada, vale ressaltar que a atual greve dos caminhoneiros de 2021 consiste, aparentemente, em um ato informal, sem o apoio, até mesmo, de entidades da categoria.
No entanto, alguns líderes da classe ganharam destaque ao defenderem pautas como ataques ao Supremo Tribunal Federal e ameaças à democracia.
Um dos principais deles é o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o “Zé Trovão”, que gravou alguns vídeos pedindo o fechamento de todas as rodovias brasileiras.
Vale notar, que ele é procurado pela Polícia Federal (PF) desde o dia 3 de setembro, depois que o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), no inquérito das fake news.
Contudo, o mesmo já foi localizado foragido no México e, em vídeo, afirmou que aguarda a deliberação do pedido de habeas corpus protocolado pelos deputados Vitor Hugo (PSL-GO) e Carla Zambelli (PSL-SP) em seu benefício.
Onde está tendo greve dos caminhoneiros?
De acordo com dados do Ministério da Infraestrutura, já foram registradas, desde o início da greve dos caminhoneiros, manifestações em pelo menos 15 rodovias que passam por 16 estados brasileiros. São eles:
- Santa Catarina;
- Rio Grande do Sul;
- Paraná;
- Espírito Santo;
- Mato Grosso;
- Goiás;
- Bahia;
- Minas Gerais;
- Tocantins;
- Rio de Janeiro;
- Rondônia;
- Maranhão,;
- Roraima;
- Pernambuco;
- Pará;
- São Paulo.
Por fim, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Infraestrutura, já foram registradas em torno de 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias.
Como está a greve dos caminhoneiros em São Paulo?
Os protestos relativos à greve dos caminhoneiros também ocuparam as rodovias do Estado de São Paulo.
Entre as vias que já foram interditadas, está a rodovia Anhanguera, uma das principais vias de acesso a Ribeirão Preto, na altura de Limeira.
Segundo a Autoban, concessionária responsável pelo trecho, a ocupação das pistas foi parcial e apenas os caminhões estavam parados, enquanto carros de passeio, ônibus e ambulâncias conseguiam seguir viagem.
Além disso, motoristas também bloquearam a rodovia Washington Luís, no início desta quinta-feira (9).
Ademais, houve interdição parcial em Piracicaba, onde os motoristas realizam manifestação na rodovia Geraldo de Barros.
No que tange a Grande São Paulo, a categoria efetuou um bloqueio na rodovia Régis Bittencourt, na altura do quilômetro 280, em Embu das Artes.
De acordo com um boletim emitido pelo Ministério da Infraestrutura acerca da situação de bloqueios nas estradas, alguns dos pontos registrados de concentração em rodovias federais, ocorreu a abordagem a veículos de cargas.
Não obstante, foram registrados dois pontos com bloqueio total no Rio Grande do Sul, que estão sendo desmobilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Como está a greve dos caminhoneiros no Brasil?
Na manhã de ontem, quinta-feira (8), os bloqueios estavam em estradas de 15 Estados, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já afirmava que as ocorrências tinham diminuído em 10% em comparação com a noite anterior.
Todavia, no mesmo dia, pela manhã, o Ministério da Infraestrutura informou que os bloqueios foram reduzidos para cinco Estados diferentes, entre eles:
- Bahia;
- Maranhão;
- Minas Gerais;
- Mato Grosso do Sul;
- Santa Catarina.
Contudo, no período da tarde, as interdições foram zeradas pela Polícia Rodoviária Federal.
Assim sendo, restaram somente o que a polícia denominou como “aglomerações” em alguns locais.
Por fim, em São Paulo, onde fica uma das principais malhas rodoviárias do país, a PRF confirmou por volta das 9h da manhã que não havia mais bloqueios em rodovias federais.
Por conseguinte, a Polícia Militar do Estado informou que 18 manifestações em rodovias paulistas foram encerradas e, portanto, foram extintos os bloqueios ou interrupções totais na malha viária estadual.
Entretanto, em Brasília, caminhoneiros acampados desde quarta-feira na Esplanada dos Ministérios, protocolaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de habeas corpus contra o Governo do Distrito Federal para que não sejam retirados ou presos.
Vale lembrar que, desde a manifestação do Dia da Independência, realizada no dia 7 de Setembro, esse grupo de caminhoneiros bolsonaristas se concentra em frente ao Congresso Nacional pedindo a destituição de todos os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Tem previsão para acabar a greve dos caminhoneiros no Brasil em 2021?
O presidente Bolsonaro pediu às lideranças do movimento que desbloqueiem as vias para evitar desabastecimento e aumento da inflação.
O referido áudio foi amplamente divulgado na grande mídia e, depois de ter sua veracidade confirmada pelo Ministério da Infraestrutura, os caminhoneiros começaram a desmobilizar os protestos.
Vale lembrar também que, o fim das paralisações, ocorre após o Governo Federal publicar uma nota nesta quinta-feira (9), emitida pelo presidente Jair Bolsonaro, na qual o mesmo recua das posições defendidas durante seus discursos no feriado de Comemoração da Independência do Brasil.
Nessa via, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o “Zé Trovão”, publicou vídeo anunciando o fim das interdições em rodovias federais e declarando apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Nesse sentido, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informou nesta sexta-feira (10), que o trânsito nas vias N1 e S1, na Esplanada dos Ministérios, foi liberado no início desta tarde.
Ainda de acordo com a informação divulgada, existem manifestantes que permanecem na região, porém, os mesmos estão saindo voluntariamente. A previsão é que deixem o local até o final do dia de hoje (10).
Enfim, o Ministério da Infraestrutura emitiu um boletim hoje, às 12h30, informando que “toda a malha rodoviária federal está aberta para o livre fluxo de veículos de carga”.
Ainda segundo a pasta, “os últimos pontos de concentração com abordagem a caminhoneiros estão nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia”.
Imagem em destaque: Freepik (freepik)