De acordo com a Receita Federal, os valores recebidos a título de indenizações judiciais devem ser declarados no Imposto de Renda (IR).
Essas indenizações podem ser referentes a ações trabalhistas, previdenciárias, acidentárias, entre outras.
Entenda como declarar esses valores corretamente e evite problemas futuros com a Receita Federal.
O que são indenizações recebidas na Justiça?
As indenizações recebidas na Justiça são valores pagos a uma pessoa como forma de compensação por danos materiais ou morais sofridos em decorrência de algum evento que causou prejuízo ou dor.
Tais danos podem ser causados por empresas, instituições públicas ou privadas e indivíduos, e são capazes de gerar prejuízos financeiros, danos à imagem, prejuízos à saúde, entre outros.
Por conseguinte, as indenizações podem ser pagas por meio de acordos extrajudiciais ou por decisão judicial, e caso se enquadrem nas exigências legais, devem ser informadas na declaração de IR.
As indenizações recebidas na Justiça devem ser declaradas no Imposto de Renda (IR)?
Sim. Todas as indenizações recebidas na Justiça devem ser declaradas no IR, independentemente do valor, mas nem sempre elas são tributáveis.
Ou seja, mesmo as indenizações consideradas isentas de IR, devem ser declaradas.
Vale lembrar que em caso de indenização tributável, é necessário pagar o imposto correspondente sobre o valor recebido.
Como saber se a indenização recebida na Justiça é tributável ou isenta de Imposto de Renda?
Para saber se a reparação recebida na Justiça é tributável ou isenta de IR, é preciso verificar a natureza da causa que originou a compensação, bem como as condições em que ela foi paga.
Em caso de dúvidas, é recomendável consultar um advogado ou um profissional da área contábil para obter orientações mais precisas.
Em geral, as indenizações por danos materiais, como aquelas que visam reparar prejuízos financeiros causados por terceiros, são tributáveis.
Por outro lado, as indenizações por danos morais, que visam reparar danos à imagem, à honra, entre outros, podem ser consideradas isentas, desde que cumpram os requisitos previstos em lei.
Como declarar indenizações recebidas na Justiça no Imposto de Renda?
Após identificar a natureza da causa e se a indenização é isenta ou tributável, é necessário seguir os seguintes passos:
- indenização tributável – o valor recebido deverá ser informado na ficha de “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”, informando o valor recebido e utilizando o código correspondente ao tipo de compensação;
- indenização isenta – é necessário informar na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, informando o valor recebido e utilizando o código correspondente ao tipo de compensação.
O valor da indenização deve ser informado na coluna “Rendimento Recebido” e as deduções, como INSS e advogados, devem ser informadas na coluna “Deduções”.
Já as indenizações advindas de rendimentos como aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social, devem ser declaradas na ficha de “Rendimentos Recebidos Acumuladamente (RRA)”.
Ademais, é importante guardar os documentos que comprovem o recebimento da compensação.
Como declarar a venda de um imóvel recebido como indenização na Justiça?
A venda de um imóvel recebido como indenização na Justiça deve ser declarada na ficha “Ganhos de Capital”, com a informação do valor da venda e do valor de aquisição do imóvel.
Como informar o valor do imposto retido na fonte sobre a indenização recebida na Justiça?
O valor do imposto retido na fonte sobre a indenização deve ser informado na ficha “Imposto Pago/Retido”, utilizando o código específico para cada tipo de retenção.
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Quais são os documentos necessários para comprovar a indenização recebida na Justiça?
Os documentos necessários para comprovar a compensação recebida na Justiça são a sentença ou o acordo judicial, o recibo de pagamento e o comprovante de depósito ou transferência bancária.
É possível deduzir despesas com advogado na declaração do IR em caso de recebimento de indenização na Justiça?
Sim. É possível deduzir despesas com advogado na declaração do IR em caso de recebimento de indenização. No entanto, nem todas as despesas com advogados são dedutíveis.
Os custos com honorários advocatícios podem ser deduzidos do Imposto de Renda quando se referem a processos trabalhistas, previdenciários, criminais e cíveis, desde que o valor seja comprovado por meio de documentação hábil e idônea, como notas fiscais e recibos.
Porém, a dedução de despesas com advogados em indenizações recebidas na Justiça pode depender do tipo de compensação e das circunstâncias envolvidas.
Por exemplo, se a indenização foi recebida como compensação por danos materiais, é possível que as despesas com advogado sejam dedutíveis. Já no caso de indenizações por danos morais, é mais comum que as despesas com advogado não sejam dedutíveis.
Qual é o prazo para declarar as indenizações recebidas na Justiça no Imposto de Renda 2023?
A declaração deve ser feita no ano seguinte ao recebimento da indenização, dentro do prazo estipulado pela Receita Federal.
Vale lembrar que em 2023 o prazo de entrega é de 15 de março a 31 de maio.
O que acontece com quem não declara a indenização recebida na Justiça no Imposto de Renda?
A pessoa que não declarar a compensação recebida está sujeita a multa e juros, além de poder ser autuada pela Receita Federal.
Qual é o prazo para retificar informações relacionadas a indenizações recebidas na Justiça na declaração do IR?
Até o último dia do prazo de entrega você pode fazer a retificação e também pode trocar o regime de tributação (desconto simplificado ou deduções legais).
Após o último dia do prazo, o contribuinte tem cinco anos para fazer a retificação, desde que a declaração não esteja sob fiscalização, mas não pode mudar o regime.
Enfim, é fundamental que o contribuinte declare as indenizações recebidas na Justiça corretamente, levando em consideração a natureza da indenização e se ela é ou não tributada.
Além disso, para evitar problemas com a Receita Federal é importante manter os documentos comprobatórios em mãos.
Ademais, é essencial buscar o auxílio de um advogado especializado, uma vez que ele é responsável por orientar o contribuinte sobre a forma como a reparação deve ser declarada e como proceder em caso de eventuais problemas.
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