
Vítima de um golpe financeiro, um cliente do Banco XP teve seu cartão eletrônico trocado e sofreu transferências indevidas via PIX no valor de R$22.255,60. Esse caso, julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, expõe falhas de segurança em instituições financeiras e reforça os direitos do consumidor diante de fraudes bancárias.
Neste artigo, vamos explicar o que aconteceu, como o banco foi responsabilizado e o que você pode fazer se for vítima de um golpe semelhante.
O que é o golpe do cartão eletrônico trocado?
O golpe do cartão eletrônico trocado ocorre quando fraudadores enganam clientes para acessar suas contas bancárias. No caso do Banco XP, o cliente recebeu uma ligação de alguém se passando por funcionária da instituição.
A golpista alegou que havia uma suspeita de acesso não autorizado à conta e convenceu o cliente a permitir uma “varredura” remota em seu celular. Durante o processo, os criminosos realizaram transferências via PIX, esvaziando a conta da vítima.
Esse tipo de fraude bancária explora a confiança das pessoas nas instituições financeiras. Os golpistas utilizam informações sigilosas, como nome, CPF e dados bancários, para parecerem legítimos. É importante saber que bancos nunca pedem acesso remoto a dispositivos ou informações sensíveis por telefone.
Como o Banco XP falhou na segurança?
A justiça concluiu que o Banco XP foi negligente ao não proteger adequadamente a conta do cliente. A decisão apontou uma falha no serviço prestado, já que os fraudadores obtiveram acesso a dados protegidos por sigilo bancário, como o número de telefone do cliente. Além disso, o banco não detectou nem impediu as transações suspeitas, o que agravou o prejuízo.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a responsabilidade das instituições financeiras é objetiva. Isso significa que o banco deve responder pelos danos, independentemente de culpa, pois falhou em garantir a segurança financeira do cliente. O tribunal destacou que o Banco XP deveria ter sistemas robustos para evitar esse tipo de golpe.
Quais são os direitos do consumidor?
Em situações como o cartão eletrônico trocado, o consumidor tem direitos claros. No caso do Banco XP, o cliente conseguiu a restituição integral do valor subtraído, corrigido pelo IPCA e acrescido de juros pela taxa Selic. A decisão reforça que, mesmo que a vítima tenha sido enganada, o banco é responsável por não prevenir a fraude.

A proteção do consumidor é um pilar essencial nesses casos. Se o banco falha em seu dever de segurança, ele pode ser obrigado a indenizar por danos materiais, como o dinheiro perdido, e, em algumas situações, por danos morais. No entanto, neste caso específico, a indenização se limitou ao prejuízo financeiro.
A responsabilidade civil objetiva do banco significa que ele deve arcar com os danos causados por falhas em seus serviços. No julgamento, ficou claro que o Banco XP não conseguiu provar que o cliente era o único culpado pela fraude, nem que as transações foram legítimas. Assim, a justiça reconheceu o direito à reparação.
Como buscar reparação?
Se você for vítima de um golpe como o cartão eletrônico trocado, existem passos práticos para buscar seus direitos:
- Registre um boletim de ocorrência: Documente o crime em uma delegacia ou online para iniciar a investigação.
- Notifique o banco imediatamente: Informe a instituição sobre a fraude e peça o bloqueio da conta e a reversão das transações.
- Reúna provas: Guarde mensagens, e-mails ou gravações que comprovem o golpe e suas tentativas de resolução com o banco.
- Consulte um advogado especializado: Um profissional em golpes financeiros pode avaliar o caso e ajudá-lo a buscar a indenização devida.

Um advogado especializado em direito do consumidor e golpes financeiros conhece as leis aplicáveis e pode fortalecer sua defesa. No caso do Banco XP, a vitória do cliente só foi possível com uma argumentação jurídica sólida e provas bem apresentadas. Esse suporte é crucial para enfrentar instituições financeiras e garantir seus direitos.
Prevenção contra golpes financeiros
Prevenir fraudes como o cartão eletrônico trocado exige atenção. Desconfie de ligações ou mensagens solicitando dados pessoais ou acesso a dispositivos, mesmo que pareçam vir do banco.
O Banco XP, por exemplo, foi criticado por não ter sistemas eficazes de detecção de fraudes, mas o cliente também pode adotar cuidados básicos, como verificar a origem de contatos e nunca compartilhar senhas.
O caso do cliente do Banco XP envolveu um golpe do cartão eletrônico trocado que resultou na perda de R$22.255,60 via transferências PIX.
A decisão, proferida em 7 de abril de 2025 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, sob o número de processo 1021812-57.2023.8.26.0008, foi relatada pelo desembargador Manoel Ricardo Rebello Pinho.
O banco foi condenado a restituir o valor total, corrigido monetariamente, além de pagar custas processuais e honorários advocatícios de R$3.000,00, majorados em 10% na apelação. A sentença é passível de recurso, mas destaca a importância da segurança financeira e da proteção do consumidor em fraudes bancárias.
Se você enfrentar um problema semelhante, agir rápido e buscar orientação jurídica pode fazer toda a diferença.