Home / Artigos e Noticias / British Airways é condenada em R$48 mil por delay de 43 horas em voo

British Airways é condenada em R$48 mil por delay de 43 horas em voo

Direito Aéreo
Família sofre atraso de 43 horas em voo da British Airways.
Avatar

Redação

setembro 6, 2024

Recentemente, um caso envolvendo um atraso de 43 horas em voo da British Airways trouxe à tona a importância de se buscar os direitos dos consumidores em situações de má prestação de serviços aéreos.

A decisão judicial favorável resultou em uma indenização de R$8.000,00 para cada um dos passageiros, reconhecendo os danos causados pela companhia.

Tudo começou com um voo que partia de Genebra, na Suíça, com destino a São Paulo, Brasil, com uma conexão programada em Londres. Os passageiros embarcaram no voo inicial no dia 16 de janeiro de 2023, com a expectativa de chegar ao Brasil na manhã do dia seguinte.

No entanto, logo no início da viagem, o voo da British Airways sofreu um atraso de duas horas, o que fez com que os viajantes perdessem a conexão em Londres.

Ao perceberem que o atraso comprometeria o restante da viagem, os passageiros buscaram auxílio junto à companhia aérea, que os realocou para um novo voo. Infelizmente, o problema estava apenas começando.

Depois de perderem a conexão inicial, os passageiros foram informados de que o próximo voo partiria no dia seguinte, 17 de janeiro. No entanto, esse voo foi cancelado por problemas técnicos na aeronave. A solução apresentada pela companhia aérea foi a de esperar mais um dia para embarcar em outro voo, que, finalmente, decolaria em 18 de janeiro.

Essa sequência de eventos resultou em 43 horas de atraso, com a chegada ao destino final ocorrendo muito além do esperado.

Embora a British Airways tenha providenciado hospedagem e alimentação para os passageiros durante esse período, essa assistência foi considerada insuficiente pelos viajantes. Eles alegaram que os custos com alimentação ultrapassaram o oferecido pela empresa, gerando gastos adicionais, inclusive com bebidas alcoólicas e outros itens.

Essa falha no atendimento básico somada à frustração de ter seus compromissos afetados pelo longo atraso levou os passageiros a buscar um advogado especializado em direitos do consumidor. Era evidente que a única alternativa seria recorrer à Justiça.

Busca por Justiça e ação judicial

Cansados da espera e do desconforto, os passageiros decidiram procurar um advogado especializado, visando a reparação pelos danos sofridos. Eles entraram com uma ação contra a British Airways, reivindicando indenização por danos morais e materiais, alegando que a assistência prestada durante o atraso foi insuficiente e que o impacto do atraso foi significativo.

Na ação, a British Airways se defendeu afirmando que ofereceu a assistência devida, fornecendo alimentação e hospedagem aos passageiros. Alegou também que o cancelamento do voo se deu por razões operacionais fora de seu controle, justificando assim a demora.

A defesa da companhia aérea se concentrou em justificar que os problemas enfrentados pelos passageiros foram causados por questões técnicas inevitáveis e que ela cumpriu com suas obrigações de assistência, fornecendo hospedagem e alimentação. No entanto, a empresa argumentou que os valores adicionais gastos pelos passageiros com alimentação, como vinhos e outros itens supérfluos, não eram de responsabilidade da companhia.

Mesmo com essa argumentação, a falha na prestação do serviço de transporte foi inquestionável, o que fundamentou a decisão judicial em favor dos passageiros.

Decisão judicial: indenização por delay de 43 horas

O Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu a falha na prestação do serviço e entendeu que o atraso de 43 horas em voo resultou em um dano moral “in re ipsa”, ou seja, um dano presumido que não necessita de prova adicional. A longa espera e os transtornos causados pela situação ultrapassaram o mero aborrecimento, justificando uma reparação financeira.

Dessa forma, o tribunal determinou o pagamento de R$ 8.000,00 a título de indenização por danos morais para cada passageiro envolvido, totalizando uma compensação significativa pela má experiência vivida. A decisão levou em consideração precedentes de casos similares, nos quais o valor de R$ 8.000,00 foi considerado razoável para compensar os danos sofridos pelos passageiros sem ocasionar enriquecimento indevido.

Casos como esse reforçam a importância de contar com a orientação de um advogado especializado em direitos do consumidor e ações contra companhias aéreas. Mesmo com a assistência oferecida pela empresa, muitas vezes ela é insuficiente para cobrir os prejuízos reais enfrentados pelos passageiros, tanto do ponto de vista financeiro quanto emocional.

O advogado desempenha um papel crucial ao auxiliar os clientes a reunirem as provas necessárias e apresentarem seus argumentos de forma eficaz perante o tribunal. Sem esse apoio, os passageiros poderiam ter dificuldade em obter a reparação justa para o caso.

Essa sentença reforça o entendimento de que atrasos significativos em voos, especialmente aqueles causados por problemas técnicos internos, configuram falha na prestação do serviço e justificam a compensação por danos morais.

Principais informações do caso

A decisão proferida no processo 1033855-41.2023.8.26.0100, julgado pela 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, em 31 de julho de 2024, é uma vitória importante para os consumidores que enfrentam problemas com companhias aéreas. O julgamento ainda está sujeito a recurso por parte da British Airways, que pode levar o caso às instâncias superiores.

Avatar

Redação

MAIS ARTIGOS

Notícias e Artigos relacionados

Nossa reputação é de excelência em serviços jurídicos

Avaliação dos clientes
ROSENBAUM ADVOGADOS

Fale com a nossa equipe de especialistas, e dê o primeiro passo rumo à solução dos seus desafios.

FALE CONOSCO
Relate seu caso online
Shares
Atendimento Rosenbaum Advogados

Atendimento Rosenbaum Advogados

Olá! Podemos ajudá-lo(a)? Teremos prazer em esclarecer suas dúvidas.
Whatsapp